Eu vi a morte de perto – e isso mudou tudo

🗝️ Caminho Estoico - Edição #037

Um dia que nunca vou esquecer

28 de julho de 2024. Um domingo comum. Até que, de repente, vi a morte acontecer diante dos meus olhos.

Pedi ajuda para o meu pai para encontrar alguns cabos para um projeto que estava fazendo no meu escritório. Enquanto procurávamos, ouvimos nossos cachorros latindo e vimos que um deles tinha caçado um pássaro.

Mais especificamente, um João de Barro, que é conhecido como destemido - um animal que se expõe ao risco.

Ele já estava no chão, imóvel, mas respirando.

Como uma tentativa de salvar a vida dele, eu o peguei na mão delicadamente e comecei a levá-lo para uma outra parte da casa, onde os cachorros não tinham acesso.

E foi nesse momento que recebi uma lição que nunca esqueceria.

O pássaro começou a convulsionar na minha mão, o corpo já desistindo da batalha pela vida. Enquanto eu corria e torcia para que ele conseguisse sobreviver, vieram mais convulsões.

Na última, não havia mais sinal de vida.

Essa foi a primeira vez que eu vi a morte de perto, acontecendo diante dos meus olhos. Em um momento ele estava aqui, no outro não mais.

Naquele instante, lembrei do que os estoicos sempre ensinaram:

Memento Mori – lembre-se de que você vai morrer.

Mas mais do que isso: lembre-se de viver.

Daquele dia em diante, mudei a forma como olhava para o tempo e para a finitude. É incrível como um breve encontro, de poucos minutos, redefiniu a minha perspectiva.

Se soubesse que seu tempo está acabando, o que faria diferente hoje? Não duvido que já tenha feito essa pergunta a si mesmo, talvez mais de uma vez.

A grande questão é que não dá pra saber. A morte pode vir a qualquer momento, assim como veio para o passarinho, que provavelmente caçava para alimentar seus filhotes.

Num momento lá, no outro, não mais.

O João de Barro não sabia que aquela manhã seria sua última. Nós também não sabemos. E isso nos leva à pergunta que poucos têm coragem de fazer:

Como você usa o seu tempo?

Paredes romanas de 2.000 anos em Verona.

Para muitos, um recurso abundante e que pode ser distribuído e utilizado com generosidade.

Para alguns poucos, algo precioso. O recurso mais raro dentro da vida. Nenhum dinheiro, posses, pessoas - ou verdadeiramente, qualquer coisa, pode te dar seu tempo de volta.

E isso nos leva para uma das maiores causas do nosso desperdício de tempo: como vemos nossos erros e criamos distrações para fugir deles.

Os erros, em essência, não são coisas ruins. Pelo contrário: são professores silenciosos, que nos guiam para o caminho correto e apontam a melhor direção.

Mas não fomos ensinados a enxergá-los assim. Pelo contrário, para a sociedade, errar é algo ruim, que deve ser evitado.

E a raiz disso está também relacionada com o papel dos riscos, que devem ser "evitados a todo custo".

  • "Estude muito para tirar uma nota boa e não errar na prova!"

  • "Essa carreira que você quer seguir é muito arriscada, você vai morrer de fome"

  • "Por que você não faz esse curso X, daqui a 30 anos vai ter uma vida muito confortável"

O problema de evitar riscos e não errar é muito simples: deixamos de crescer. Ficamos estagnados na mesma fase, no mesmo momento de vida.

Cada erro é um investimento no seu crescimento. O verdadeiro desperdício de tempo não está em falhar, mas em nunca tentar.

Se a vida fosse um jogo, como seria? Imagine um personagem que começa no nível 1.

Para avançar, precisa partir em aventuras desconhecidas, enfrentar desafios que são difíceis para você: precisa arriscar e, no processo, errar.

Com esses erros se acumulando cada vez mais na sua bagagem de vida, fica muito mais fácil saber quais são os melhores caminhos, porque você já explorou os ruins!

Minha mensagem aqui é simples:

Aprenda a apreciar os seus erros.

A Jornada para o crescimento

A beleza do crescimento na natureza

Fale com aquela pessoa que você sempre queria, mas tinha medo.

Mude de carreira, mesmo que signifique recomeçar.

Comece o projeto que você sempre sonhou, mesmo que todo o mundo esteja contra você.

Tem uma frase do escritor Fyodor Dostoevsky que gosto muito. Ela diz:

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